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entrevista à CH, Paulo Artaxo, físico da USP e membro do IPCC,
esclarece algumas questões sobre o papel dessa instituição, critica os
céticos do aquecimento global e defende que o Brasil tem uma posição de
liderança ambiental no cenário mundial.
Por: Henrique Kugler
O físico Paulo Artaxo, da Universidade de São Paulo, é membro do grupo de trabalho do IPCC que trata das bases físicas do sistema climático. (foto: Ana Paula Freire)
Debates acalorados sobre mudanças climáticas já são quase rotina.
Nessa batalha científica, que não raras vezes ganha contornos
político-ideológicos, há um personagem tão complexo quanto mal
compreendido: o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas
(IPCC). Cientistas abnegados, cavaleiros do apocalipse, arautos do
cataclismo ou alarmistas de meia-tigela? Não são poucos os rótulos e
alcunhas atribuídos ao painel, criado em 1988 pela Organização das
Nações Unidas (ONU) em parceria com a Organização Meteorológica Mundial
(OMM).
São quatro os principais relatórios do IPCC – os tão comentados Assessment reports.
O primeiro saiu em 1990; o segundo em 1995; o terceiro em 2001; e o
último em 2007 – que rendeu à instituição, naquele ano, um Nobel da Paz.
O quinto relatório já está no forno, previsto para 2014. Entretanto,
mesmo sendo a principal voz na enunciação do discurso das mudanças
climáticas, “ainda se faz muita confusão sobre o verdadeiro papel dessa
instituição”. É o que diz Paulo Artaxo, físico da Universidade de São
Paulo (USP) e membro do IPCC.
Recentemente ele esteve em Marrakech, onde participou da última reunião do painel. Em entrevista à CH,
esclarece alguns pontos que ainda são mal compreendidos pelo grande
público. Afinal, não é apenas ciência que está em jogo. Interesses
geopolíticos escusos, além de muito dinheiro esfumaçado da indústria do
petróleo, são apenas algumas das variáveis capazes de embaçar o
esclarecimento do tema. Artaxo fala ainda sobre a Conferência das Nações
Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), que acontece no Rio
de Janeiro no final deste mês [a entrevista foi publicada na edição de
junho]; e, de quebra, aproveita para dar aquela alfinetada nos
‘céticos’.
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